Proposta 2
Proposta para criação de texto argumentativo – Proposta nº 2
TEXTO 1
Violência escolar provocou pelo menos 47 mortes desde 2001, mostra estudo
Dados do Ministério de Direitos Humanos e Cidadania (MDHC) mostram que foram registradas 3,7 mil vítimas de violência interpessoal nas escolas em 2003, valor que subiu para 13,1 mil, em 2023
Juliana Bernardino,da CNN*, em São Paulo
15/04/2025 às 07:58 | Atualizado 30/04/2025 às 13:14
O Brasil enfrenta um crescimento nos casos de violência no ambiente escolar, segundo dados da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). A desvalorização da atividade docente no imaginário coletivo, a relativização de discursos de ódio e o despreparo de secretarias de educação para lidar com conflitos derivados de situações de racismo e misoginia são hipóteses que podem explicar agressões em instituições de ensino, que provocaram ao menos 47 vítimas fatais desde 2001.
De acordo com a pesquisa da Fapesp, o Ministério da Educação (MEC) reconhece quatro tipos de violência que afetam a comunidade escolar.
O primeiro refere-se às agressões extremas, com ataques premeditados e letais; o segundo abarca situações de violência interpessoal, envolvendo hostilidades e discriminação entre alunos e professores; e o bullying, quando ocorrem intimidações físicas, verbais ou psicológicas repetitivas.
Ainda de acordo com o estudo, há a violência institucional, que conta com práticas excludentes por parte da escola. Por exemplo, quando o material didático utilizado em sala de aula desconsidera questões de diversidade racial e de gênero.
Por fim, o MEC também identifica problemas abrangendo o entorno da instituição, como tráfico de drogas, tiroteios e assaltos.
Segundo dados do Ministério de Direitos Humanos e Cidadania (MDHC), em 2013, foram registradas 3,7 mil vítimas de violência interpessoal nas escolas, valor que subiu para 13,1 mil, em 2023.
Os números contemplam estudantes, professores e outros membros da comunidade escolar. Entre as ocorrências, 2,2 mil casos envolveram violência autoprovocada (automutilação, autopunição, ideação suicida, tentativas de suicídio e suicídios). Este tipo de agressão aumentou 95 vezes entre 2013 e 2023.
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O Atlas da violência de 2024 indica que houve um crescimento na proporção de estudantes que reportaram sofrer bullying. A análise foi feita com base em dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde e da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em 2009, o percentual de alunos de escolas brasileiras que relataram ter sido vítimas de bullying era de 30,9%, número que subiu para 40,5% em 2019.
“Além disso, no mesmo ano, a proporção de estudantes do ensino fundamental que deixaram de ir à escola por sensação de insegurança chegou a 11,4%, mais do que o dobro dos 5,4% registrados em 2009”, informou Daniel Cerqueira, economista do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
O pesquisador destacou que declarações de figuras públicas relativizando a violência ajudaram a criar um ambiente em que discursos agressivos e intolerantes foram naturalizados, o que pode ter afetado negativamente a convivência escolar.
Outro aspecto apontado por Cerqueira diz respeito ao aumento da violência doméstica contra crianças e jovens.
De acordo com o Atlas da violência, em 2009, 9,5% dos alunos do ensino fundamental de capitais brasileiras relataram ter sido agredidos por algum familiar. Em 2019, esse percentual subiu para 16,1%.
Desvalorização do magistério
A desvalorização do magistério, a descontinuidade de políticas educacionais e a precarização da infraestrutura escolar também contribuíram para o aumento da violência no ambiente escolar, de acordo Angela Soligo, psicóloga da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
A especialista coordenou um estudo nacional sobre violência e preconceitos na escola, publicado em 2018 e realizado em parceria com universidades federais de inúmeras regiões do país.
Na pesquisa, preconceitos institucionais presentes no currículo, no material didático e nas relações pedagógicas foram apontados como fatores de agravamento do cenário.
De acordo com Soligo, as leis federais nº 10.639, de 2003, e nº 11.645, de 2008, que obrigam a inclusão do ensino de história da África e sobre povos indígenas, muitas vezes não são respeitadas nas escolas.
Além disso, segundo a psicóloga, os estudantes que são vítimas de racismo, machismo e homofobia nem sempre são acolhidos pela gestão escolar.
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Confira abaixo o vocabulário de conflitos:
• Bullying: Intimidação que envolve atos de violência física ou psicológica, caracterizados como agressões intencionais, repetitivas e persistentes. O fenômeno pode se manifestar por meio de ataques diretos, insultos e humilhações no ambiente escolar.
• Cyberbullying: Variante digital do bullying, cyberbullying ocorre em redes sociais, aplicativos de mensagens e fóruns on-line. A prática envolve divulgação de mentiras, imagens constrangedoras, ameaças, montagens depreciativas, disseminação de fotos íntimas e comentários ofensivos.
• Clima escolar: O conceito refere-se ao conjunto de percepções, expectativas e experiências compartilhadas por alunos, professores, funcionários e gestores escolares. O ambiente é influenciado por normas institucionais, valores, relações interpessoais e estruturas organizacionais.
• Comunidades mórbidas virtuais: Grupos on-line organizados em torno de temas perturbadores e destrutivos, como violência extrema, automutilação, suícidio, assassinatos e crimes. Essas comunidades atuam em fóruns, redes sociais e grupos de mensagens.
• Discurso de ódio: Comunicação que incita hostilidade ou a violência contra indivíduos ou grupos com base em discriminações e preconceitos relacionados à raça, etnia, religião, gênero, nacionalidade e orientação sexual.
Fontes: MEC/ONU/ Telma Vinha (Unicamp)
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TEXTO 2
DISTRITO FEDERAL
Entenda o que é cultura de paz nas escolas
Termo tem sido bastante falado por causa da onda de violência nos colégios. Especialista explica significado e afirma que ação 'não é responsabilidade única e exclusiva das escolas'.
Por Caroline Cintra, g1 DF
16/04/2023 08h34 Atualizado há 2 anos
Por causa da onda de violência nas escolas de todo o país, autoridades têm anunciado ações preventivas. No Distrito Federal, por exemplo, o GDF anunciou medidas como reuniões com diretores, protocolos de segurança e reforço no policiamento do batalhão escolar.
Além das medidas práticas, algo que tem sido bastante citado nos pronunciamentos oficiais é a cultura de paz nas escolas. Mas, afinal o que é isso?
O professor e mestre em educação da Universidade Católica de Brasília (UCB) , José Ivaldo Araújo de Lucena explica que, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), "a cultura de paz é um conjunto de valores, atitudes, modos de comportamento e de vida que rejeitam a violência, e que apostam no diálogo e na negociação para prevenir e solucionar conflitos, agindo sobre suas causas".
"Cultura de paz nas escolas significa, nesse contexto, uma opção política e pedagógica dos atores que compõem o sistema de ensino, equipes diretivas, professores, auxiliares, estudantes e suas famílias, no sentido da construção de ações coletivas de superação de todo o tipo de violência", diz o professor.
Para o especialista, o desenvolvimento de uma cultura de paz nas escolas não é responsabilidade única e exclusiva das instituições de ensino, "mas elas são territórios privilegiados para o desenvolvimento de programas, projetos, atividades e ações de sensibilização e formação de crianças, adolescentes e jovens para a construção de uma sociedade mais humana e menos violenta".
"A paz, assim como outros conhecimentos difundidos nas escolas, precisa ser aprendida e cultivada. Exige um processo contínuo de aprendizagem, construção e reconstrução permanente, dentro e fora da sala de aula", diz José Ivaldo.
De acordo com o especialista, são experiências exitosas de cultura de paz na escola:
• Capacitação de estudantes para que possam atuar como protagonistas na mediação de conflitos entre seus pares
• Implantação de uma sala de mediação de conflitos nas escolas para que os estudantes possam atuar como mediadores no atendimento dos colegas
• Realização de assembleias escolares em sala de aula na qual os conflitos são apresentados e a turma pode contribuir com a busca de soluções
• Formação de professores, auxiliares, estudantes e famílias sobre cultura de paz, comunicação não violenta e mediação de conflitos, criando assim um ecossistema de cultura de paz na comunidade
'Cultura de paz não significa ausência de conflitos'
O professor explica que a cultura de paz favorece relações abertas para o diálogo e a cooperação, no entanto "não significa a ausência de conflitos, mas promove a maturidade de como resolvê-los de formas não violentas".
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COMANDO DE REDAÇÃO
O aparecimento de situações de violência nas escolas de forma bem mais constante nos últimos anos remete a um afastamento da cultura de paz.
Com base nos textos e no seu conhecimento sobre o tema, redija um texto dissertativo-argumentativo, de 20 a 30 linhas, apresentando causas, consequências e possíveis medidas para o enfrentamento da violência nas escolas brasileiras.
Utilize a Folha de Redação: imprima-a, produza em manuscrito seu texto, escaneie a folha e encaminhe-a ao e-mail celsil1950@gmail.com para correção e comentários.
Que evocação envolvente nesta proposta poética! 💙 A forma como convidam à criatividade em torno do tema é inspiradora e desperta a vontade de participar. Imaginar histórias breves e significativas em apenas alguns versos é um desafio delicioso, e a tua apresentação cativa esse impulso literário.
ResponderExcluir💜 Desejo-te um excelente fim de semana!
Com carinho,
Daniela Silva
🔗 https://alma-leveblog.blogspot.com
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